Uma ideia que deu certo: dar voz e rosto a quem recebe apoio

Como parte das comemorações de meio século de existência, o National Endowment for the Arts - agência pública de fomento às artes dos EUA - lançou uma série de vídeos, produzidos a partir de um chamado à comunidade artística e cultural de todo o país para relatarem suas experiências com as artes e particularmente sobre a importância do apoio governamental para "a variedade e vitalidade das artes no país". 

A série, composta de mais de 60 vídeos curtos (3 min.), recebeu o título de United States of Arts, e incluiu depoimentos do público, artistas, gestores, membros do Congresso e até da Primeira-Dama Michele Obama, e acaba de ser indicada ao Emmy, maior prêmio da Televisão estadunidense.

O NEA distribuiu em 2015 US$ 116,9 milhões, recursos que se multiplicam ao chegar ao destinatário, por exigirem contrapartidas das agências estaduais e também pela forte tradição de doações privadas existente por lá. (mais dados no infográfico, ao lado)

Já no Brasil, o chamado "mecenato" (Lei Rouanet) distribuiu, em 2015, cerca de três vezes mais (R$ 1,1 bilhão), sob a forma de renúncia de imposto de renda, gerando apenas R$ 52 milhões em recursos privados de contrapartida, conforme o SalicNet.

A gente chega a ficar em dúvida: realmente faltam recursos para a cultura por aqui?

Fica a dica para o nosso Ministério da Cultura, de uma série de videos como uma boa ideia a ser copiada. Tanto como ferramenta de prestação de contas, já que se trata de recursos públicos; quanto para iluminar o atual e complexo debate sobre o assunto, dando voz e rosto àqueles que se beneficiam do apoio do Estado. E de quebra ainda pode render prêmio.

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